Tratamento em família

Nutrivida / 13.07.2016

Aos 91 anos de idade, Maria José dos Santos guarda poucos resquícios da mulher forte que outrora foi. O quinto acidente vascular cerebral (AVC), sofrido há quase um ano, agravou o quadro de saúde já complicado, decorrente de três cânceres. Hoje, ela sobrevive com ajuda de aparelhos e precisa de um acompanhamento profissional 24h por dias.

Ainda assim, a paraibana mãe de 12 filhos parece sorrir cada vez que nota a presença de um deles, o comerciante Jorge Francisco dos Santos, ao lado do leito que ocupa. E a vantagem é que Maria José, em meio a fios e aparelhos, pode contar com esta visita todos os dias e a qualquer hora. Ela é assistida pelo serviço de home care oferecido pelo plano de saúde e recebe a assistência médica que necessita no seio familiar.

“Home care é isso. Home care é família”, atestou Jorge, enquanto posava para uma fotografia com a mãe e a esposa. “Quando vivia de idas e voltas do hospital, ela ficava sempre machucada, ferida. Hoje com a Nutrivida (empresa de home care) é muito melhor para ela. E ela se sente bem perto da gente. Nós conseguimos até notar uma certa recuperação”, destacou.

Maria José tem acompanhamento profissional dia e noite. Técnicos de enfermagem seguem uma escala de plantão para nunca deixá-la sozinha e ainda há outros profissionais que fazem visitas periódicas. A aposentada conta com este benefício há mais de dois anos, desde que sofreu o quarto AVC. A Nutrivida, citada por Jorge, é a empresa contratada pelo convênio para dar toda a assistência médica e hospitalar, no domicílio da aposentada, no bairro de Potilândia, zona sul de Natal.

Como a Nutrivida, existem pelo menos outras duas empresas de home care em Natal. Prioritariamente, elas prestam serviço para os planos de saúde, podendo atender a clientes não conveniados também. No Rio Grande do Norte, a Nutrivida foi a primeira a atender aos requisitos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A empresa tem mais de 15 anos e sentiu de perto uma transformação no mercado de atendimento domiciliar.

As empresas especializadas vêm, há alguns anos, sentindo um salto substancial no número de atendimentos. A Nutrivida, por exemplo, atende hoje mais que o triplo de pacientes que atendia há cinco anos. Já a Vida em Casa, outra empresa de home care, registra um crescimento superior a 300% de 2011 pra cá. Atualmente, as duas empresas, juntas, prestam serviço para cerca de 30 planos de saúde diferentes.

Este crescimento é motivado, principalmente, pelo aumento da confiança dos médicos e dos familiares dos pacientes quanto ao serviço oferecido nesta área. Os médicos têm solicitado cada vez mais aos planos de saúde a transferência dos pacientes para suas residências e os parentes dos internados não apresentam objeção, muito pelo contrário.

 

“Lembro-me de um de nossos primeiros pacientes. O médico que o acompanhava afirmou que não dava nem uma semana para que ele estivesse de volta ao hospital. Mas o paciente ficou com a gente até falecer”, ressaltou a diretora administrativa da Nutrivida, Lindinalda de França Rocha.

A transferência do leito hospitalar para o leito domiciliar representa um ganho substancial para todos os envolvidos neste processo. O paciente, em casa, tende a se recuperar mais rápido e corre menos riscos de adquirir uma infecção hospitalar. Já o plano de saúde, quando deixa de pagar a diária ao hospital, tem uma economia financeira de 30% a 50%, em média. E o hospital, por sua vez, ganha um novo leito para quem realmente necessita.

EXEMPLO

Maria José, contou o filho Jorge, viveu com muita saúde até a velhice. Já na terceira idade, ela foi diagnosticada com câncer na tireoide. Desde então vem numa batalha árdua contra a morte. Ela derrotou o câncer não apenas uma, mas três vezes. Depois do tumor na tireoide, foram encontrados novos tumores em um dos seios e no estômago.

Contudo, após uma cirurgia para a instalação de um marca-passo, vieram os acidentes vasculares cerebrais. Um deles, quando ela estava em Natal, o que a impossibilitou de voltar para Campina Grande, onde morava com outra filha. Ao todo foram cinco AVCs. O último, há menos de um ano. Hoje, o quadro de saúde da aposentada é crônico, irreversível, mas estável. A nordestina, que não cansa de tapear a morte, ainda permanece numa incansável luta pela vida.

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